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Por Maur�cio Ferraz, Kleber Tomaz, Bruno Tavares, TV Globo e vbet deposito minimo SP � S�o Paulo
11/12/2023 08h44 Atualizado 11/12/2023
Metralhadoras recuperadas pela Pol�cia Civil do RJ � 
: Reprodu��o
O Ex�rcito e a Pol�cia Civil do Rio de Janeiro negociaram com traficantes de drogas do Comando Vermelho (CV) a devolu��o de dez das 21 metralhadoras furtadas de um quartel em S�o Paulo, segundo o depoimento de um policial num documento da Secretaria de Estado de Pol�cia Civil fluminense.
O agente n�o informa o que teria sido oferecido em troca. Mas fontes da reportagem disseram que o acordo previa que militares e policiais n�o entrariam na comunidade onde a fac��o criminosa atua se devolvesse as armas em troca, conforme reportagem publica em outubro pelo vbet deposito minimo (leia aqui e abaixo).
Ex�rcito ia cercar Rocinha quando armas apareceram
A nova informa��o sobre a negocia��o das armas com membros da fac��o criminosa fluminense foi publicada inicialmente nesta segunda-feira (11) pelo Metr�poles. TV Globo e vbet deposito minimo tamb�m tiveram acesso ao documento no qual um investigador da Delegacia de Repress�o a Entorpecentes (DRE) do Rio relata no seu depoimento como ocorreu o acordo.
Procurado para comentar o assunto, o Comando Militar do Sudeste (CMSE), que investiga o desvio do armamento do Arsenal de Guerra S�o Paulo (AGSP), em Barueri, na Grande S�o Paulo, divulgou nota negando que tal negocia��o entre o Ex�rcito com criminosos ocorreu.
"Em resposta � demanda enviada por mensagem eletr�nica, o Comando Militar do Sudeste (CMSE) destaca que a informa��o questionada n�o procede. O CMSE ressalta que a��es tomadas s�o sempre pautadas pelo princ�pio da legalidade", informa o comunicado do Ex�rcito.
A reportagem tamb�m entrou em contato com a Pol�cia Civil do Rio, por meio devbet deposito minimoassessoria de imprensa, e aguarda um posicionamento.
Segundo as investiga��es, as 21 metralhadoras (13 metralhadoras antia�reas calibre .50 e oito metralhadoras calibre 7,62 ) foram furtadas em meados de setembro deste ano. O desvio s� foi descoberto mais de um m�s depois, em outubro, durante recontagem das armas no AGSP, em Barueri.
21 metralhadoras do Ex�rcito s�o furtadas de arsenal da base militar em Barueri, Grande SP; 13 delas podem derrubar aeronaves
8 metralhadoras foram encontradas pela Pol�cia Civil do Rio (
� esquerda); e 9 armas acabaram achadas pela pol�cia de Carapicu�ba, Grande S�o Paulo. Todas as 17 foram furtadas do quartel do Ex�rcito em Barueri, regi�o metropolitana � 
: Leslie Leit�o/TV Globo e Pol�cia Civil/Divulga��o
Em opera��o conjunta, Ex�rcito e pol�cias conseguiram recuperar 19 metralhadoras. Al�m das dez armas recuperadas no Rio (oito delas em 19 de outubro e duas em 1� de novembro), a Pol�cia de S�o Paulo tamb�m encontrou nove armas (em 20 de outubro) em S�o Roque, interior paulista.
Pol�cia Civil recupera no Rio 8 das 21 metralhadoras furtadas do Ex�rcito em S�o PauloEx�rcito e Pol�cia Civil do RJ encontram no Rio mais duas metralhadoras furtadas em SP
Outras duas metralhadoras ainda s�o procuradas. Elas n�o foram encontradas at� a �ltima atualiza��o desta reportagem.
Oficialmente, a Secretaria de Estado de Pol�cia Civil fluminense havia divulgado � �poca que as dez armas haviam sido encontradas abandonadas em ve�culos usados por criminosos.
A Secretaria da Seguran�a P�blica de S�o Paulo (SSP) chegou a informar que as nove metralhadoras recuperadas em S�o Roque estavam com ao menos dois criminosos, que trocaram tiros com os policiais e fugiram, abandonando o armamento.
Policial relata negocia��o com traficantes
Exclusivo: militares desligaram intencionalmente rede el�trica do quartel do Ex�rcito de onde 21 metralhadoras foram roubadas
Mas de acordo com o depoimento de um policial da Delegacia de Repress�o a Entorpecentes, dado no dia 7 de novembro, o "setor de intelig�ncia da DRE trocou informes com a intelig�ncia do Ex�rcito Brasileiro" que "davam conta de que os armamentos arrecadados estariam na posse do grupo armado Comando Vermelho, na Comunidade Cidade de Deus" com um traficante, de apelido Dedei, que as negociava.
Ainda segundo o policial, a DRE e o Ex�rcito tiveram acesso a um que mostra as armas furtadas do quartel em Barueri. Na filmagem o apelido de outro traficante � citado: Capixaba.
Quem � Capixaba, suspeito de fornecer metralhadoras do Ex�rcito � fac��o de traficantes do Rio
No documento, que a reportagem teve acesso, h� men��o ainda de que "os armamentos teriam passado, antes de chegarem � Cidade de Deus, nas comunidades da Rocinha, Penha e Vila Cruzeiro, todas dominadas pelo Comando Vermelho".
Segundo o policial, ele suspeita que as metralhadoras foram adquiridas pelos traficantes para atacar aeronaves e ve�culos blindados das for�as de seguran�a. De acordo com o documento, ap�s os criminosos saberem que o Ex�rcito e a pol�cia procuravam as armas, eles decidiram entreg�-las.
No documento h� a informa��o de que "foi aberto um canal de comunica��o" com o companheiro da sogra do segundo traficante. Que esse homem entrou em contato com o criminoso, "que parecia estar preocupado com a situa��o", "passando a negociar a entrega de mais 2 (duas metralhadoras) calibre .50".
Segundo fontes da investiga��o ouvidas pela reportagem esse homem seria um "colaborador" da investiga��o e n�o um criminoso, apesar de ter contato com integrantes do Comando Vermelho.
Em S�o Paulo, as armas iriam para o Primeiro Comando da Capital (PCC), de acordo com autoridades que investigam o caso.
Seis militares e dois civis s�o investigados
Ex�rcito faz opera��o em busca de armas furtadas de arsenal de quartel em Guarulhos � 
: Reprodu��o/TV Globo
Seis militares s�o investigados por participarem diretamente do furto no quartel em Barueri. Segundo investiga��o do CMSE, soldados, cabos, sargentos e tenentes s�o suspeitos de retirar 13 metralhadoras antia�reas calibre .50 e oito metralhadoras calibre 7,62 do Arsenal de Guerra.
O Ex�rcito apreendeu celulares, computadores e m�quina de pagamentos de cart�es banc�rios nas casas do militares suspeitos.
O Comando Militar do Sudeste chegou a pedir a Justi�a Militar as pris�es preventivas dos seis militares, mas o pedido foi negado. O Minist�rio P�blico Militar (MPM) tamb�m n�o concordou com as pris�es por entender que os argumentos eram insuficientes de que eles cometeram o furto.
A expectativa dos investigadores do Ex�rcito � a de que o inqu�rito militar que investiga o caso dever� ser conclu�do futuramente com o indiciamento dos militares suspeitos por furto, peculato, recepta��o e extravio. Depois dever� ser feito um novo pedido de pris�es deles.
Al�m deles, a investiga��o apura o envolvimento dos traficantes Dedei e Capixaba, que s�o suspeitos de receptarem as armas furtadas. O Ex�rcito tamb�m poder� indiciar os dois civis por recepta��o.
De acordo com os investigadores, o furto das metralhadoras no quartel teria ocorrido durante o feriado de 7 de setembro, mas a descoberta dele s� ocorreu no dia 10 de outubro, quando um militar notou que o cadeado da sala de armas havia sido trocado e decidiu recontar o arsenal.
Um cabo que era motorista pessoal do ent�o diretor do Arsenal de Guerra teria usado o carro oficial do tenente-coronel que comandava o AGSP para transportar o armamento furtado. O comandante n�o teve participa��o no crime, mas foi substitu�do por outro diretor ap�s o sumi�o do armamento.
De acordo com o Comando Militar do Sudeste , as metralhadoras furtadas em Barueri foram fabricadas entre 1960 e 1990, e s�o "inserv�veis". Ou seja, n�o estariam funcionando perfeitamente. E passariam por manuten��o e seriam avaliadas. Possivelmente seriam destru�das ou inutilizadas j� que recuper�-las teria um alto custo.
Segundo o Instituto Sou da Paz, esse � o maior desvio de armas do Ex�rcito desde 2009, quando sete fuzis foram roubados de um batalh�o em Ca�apava, interior paulista.
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MPM investiga 'aquartelamento'
Sobe para 19 o n�mero de militares em pris�o administrativa no caso do furto de armas do arsenal do Ex�rcito
O Minist�rio P�blico Militar investiga tamb�m se houve irregularidades durante o "aquartelamento" da tropa ap�s a descoberta do desvio das armas, em 10 de outubro. Militares foram impedidos de sair do quartel at� 24 de outubro. A medida � prevista pelo Ex�rcito em casos excepcionais, mas a Procuradoria apura se ele foi aplicada de forma legal no caso do furto das armas.
Militares chegaram a ter os celulares recolhidos e foram ouvidos no inqu�rito para passar informa��es que poderiam levar aos culpados pelo desaparecimento das metralhadoras.
Um cabo, que � um dos seis suspeitos de participar diretamente do furto, denuncia que todos eles foram agredidos durante o "aquartelamento" no Arsenal de Guerra, segundovbet deposito minimodefesa relatou ao vbet deposito minimo.
Pol�cia Civil apreende no Rio duas metralhadoras roubadas no Arsenal do Ex�rcito em Barueri (SP)
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Infogr�fico mostra a cronologia do caso das armas furtadas do Ex�rcito � 
: Kayan Albertin/vbet deposito minimo
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